Isto é o que nós queremos, samba, Ataulfo Alves
1945/1946
Autor: Ataulfo Alves
Intérprete: Ataulfo Alves e suas pastoras
Gênero: Samba
Gravadora: Victor
Intérprete: Ataulfo Alves e suas pastoras
Gênero: Samba
Gravadora: Victor
Em meados de 1945, as forças políticas agrupadas em torno do PTB, tendo à frente o empresário paulista Hugo Borghi, lançaram o movimento queremista, que, nos meses seguintes, realizaria grandes comícios e manifestações em todo o país, sob o lema “Nós queremos Getulio”.
O movimento, claramente estimulado pelo presidente, que chegou a discursar em várias manifestações, reforçou as suspeitas das oposições de que Vargas estaria apenas buscando ganhar tempo para puxar uma nova carta da manga, até porque a candidatura de Dutra, deixada à míngua pelo Palácio do Catete, não conseguia empolgar o eleitorado governista.
Embora não fizessem parte do movimento queremista, os comunistas, ao priorizarem a convocação de uma assembléia constituinte e ao lançarem o lema “Constituinte com Getulio”, na prática, acabaram somando forças aos que defendiam o continuísmo, levando as oposições, então à beira de um ataque de nervos, a defenderem o afastamento de Vargas e a transferência do poder para o Judiciário.
A ambigüidade do comportamento de Getulio – de um lado, prometendo garantir a realização das eleições presidenciais de 2 de dezembro e, de outro, estimulando seus seguidores a lutarem por sua permanência no Catete – só seria rompida com a deposição do presidente em 29 de outubro.
Neste samba, Ataulfo Alves, que, como muitos compositores, tomou o partido do brigadeiro Eduardo Gomes nas eleições, usa o mote dos queremistas para dizer que o povo queria muito mais do que Getulio no Catete: “Nós queremos leite, carne e pão / Nós queremos açúcar sem cartão / Nós queremos viver sem opressão / Nós queremos o progresso da Nação”. O cartão mencionado num dos versos é o do racionamento, que vigorou durante a guerra.
“Nós queremos nossa liberdade
Liberdade de pensar e falar
Nós queremos escolas pros filhos
E mais casas pro povo morar
Nós queremos leite, carne e pão
Nós queremos açúcar sem cartão
Nós queremos viver sem opressão
Nós queremos progresso da Nação
O movimento, claramente estimulado pelo presidente, que chegou a discursar em várias manifestações, reforçou as suspeitas das oposições de que Vargas estaria apenas buscando ganhar tempo para puxar uma nova carta da manga, até porque a candidatura de Dutra, deixada à míngua pelo Palácio do Catete, não conseguia empolgar o eleitorado governista.
Embora não fizessem parte do movimento queremista, os comunistas, ao priorizarem a convocação de uma assembléia constituinte e ao lançarem o lema “Constituinte com Getulio”, na prática, acabaram somando forças aos que defendiam o continuísmo, levando as oposições, então à beira de um ataque de nervos, a defenderem o afastamento de Vargas e a transferência do poder para o Judiciário.
A ambigüidade do comportamento de Getulio – de um lado, prometendo garantir a realização das eleições presidenciais de 2 de dezembro e, de outro, estimulando seus seguidores a lutarem por sua permanência no Catete – só seria rompida com a deposição do presidente em 29 de outubro.
Neste samba, Ataulfo Alves, que, como muitos compositores, tomou o partido do brigadeiro Eduardo Gomes nas eleições, usa o mote dos queremistas para dizer que o povo queria muito mais do que Getulio no Catete: “Nós queremos leite, carne e pão / Nós queremos açúcar sem cartão / Nós queremos viver sem opressão / Nós queremos o progresso da Nação”. O cartão mencionado num dos versos é o do racionamento, que vigorou durante a guerra.
“Nós queremos nossa liberdade
Liberdade de pensar e falar
Nós queremos escolas pros filhos
E mais casas pro povo morar
Nós queremos leite, carne e pão
Nós queremos açúcar sem cartão
Nós queremos viver sem opressão
Nós queremos progresso da Nação
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