Rio Jaboatão Velho


 Rio Jaboatão

Dando continuidade ao nosso estudo sobre os rios da cidade, iremos tratar agora sobre aquele que deu nome à cidade: O Rio Jaboatão. O Rio Jaboatão nasce no Engenho Pacas, na divisa com o Engenho Arandu de Cima, em Vitória de Santo Antão. Depois de percorrer vários quilômetros nos municípios de Vitória, Moreno e Jaboatão dos Guararapes, ele despeja no Oceano Atlântico, depois de juntar-se ao Pirapama, na Praia de Barra das Jangadas. Em seu percurso, sofre vários tipos de agressões, desde o despejo de resíduos industriais até o despejo de produtos oriundos da ferti-irrigação da cana-de-açúcar. Para facilitar o estudo, delimitamos um trecho compreendido entre a Foz do Duas Unas e a Usina Bulhões. Partindo da Foz das Duas Unas, percebemos, como já comentado na postagem anterior, o contraste entre as águas dos dois rios, isso devido à poluição industrial sofrida pelas Duas Unas, mudando a coloração do Rio Jaboatão de beje para preta! Subindo mais um pouco o rio, encontramos a explicação do por que das cheias do Jaboatão serem tão constantes e violentas: a ocupação irregular das margens, ou diria do próprio leito do rio, pelas ruas e casas que estrangulam a passagem da água. É óbvio que nos períodos mais chuvosos a água irá extravasar o leito reprimido e assoreado do Rio Jaboatão, assolando casas e ruas vizinhas sem a menor piedade. É o troco da natureza contra quem a agrediu. E mais uma vez, onde estão as autoridades competentes para resolver o problema, sem prejudicar as pessoas e o meio ambiente? É natural que as ruas Diomedes Valois e Vidal de Negreiros (Azul) sejam assoladas cada vez que chove: elas foram construídas praticamente dentro do rio!É um verdadeiro absurdo cometido pelas indústrias e, pergunto: Onde estão as autoridades? Além da ocupação irregular das margens e do leito do Rio Jaboatão, encontramos bem no Centro da cidade outras atividades impactantes. O lixo da Feira da cidade, que é jogado pelos comerciantes na Ponte da Colônia, e também no rio, e o despejo de esgotos domésticos. Será que realmente temos saneamento básico? Encontramos até o despejo de restos materiais de construção no rio! Mais uma vez: Cadê as autoridades? Na comunidade da Moenda de Bronze, ainda é possível ver as ruínas da grande cheia de 2005 que arrassou a localidade, destruindo muitas casas e deixando muitas pessoas até hoje refugiadas. O local é uma pequena planície fluvial e de baixo nível, sendo facilmente inundado e está ocupado por famílias carentes. Ali, percebe-se melhor o assoreamento do Rio Jaboatão que está tão raso que até os pequenos leitões atravessam a pé! É um dos locais mais tristes para se observar! A partir da Ponte do Arraial (ponte da Vila Rica), já podemos ver pessoas pescando no rio, embora a qualidade da água e dos peixes não seja boa. Saindo da zona urbana e chegando à zona rural, próximo a Usina Bulhões, percebemos uma leve melhoria no estado do Rio Jaboatão, com o retorno da vegetação ciliar em alguns pontos e o aumento da profundidade do rio. Mesmo assim, é preciso não se iludir com as condições, pois a Usina Bulhões ainda despeja resíduos no Rio Jaboatão e este já vem poluído desde Moreno, onde recebe dejetos urbanos e industriais. Além disso, em todo o trecho compreendido entre Moreno e Jaboatão, o rio é atingido por restos de produtos químicos oriundos da ferti-irrigação da cana-de-açúcar, atividade ainda dominante na área. Existem verdadeiros açudes com as caldas da usina, às margens do Rio Jaboatão. Chegando ao local conhecido como Batoré, onde existe uma pequena represa, podemos observar mulheres lavando roupa no rio, pessoas pescando e crianças tomando banho. Parece um lugar aprazível, mas é uma pena que a qualidade da água não é boa e não é recomendável nela entrar. Mas, ali percebemos que se o Rio jaboatão fosse melhor cuidado seria um belo e rico ambiente de lazer para locais e visitantes, onde se poderia pescar, nadar e lavar roupa sem medo, como acontecia há séculos atrás. E mais uma vez perguntamos: onde estão as autoridades para punir os agressores e trazer de novo a vida ao querido rio que deu nome à cidade e que ainda faz parte de nossas vidas? Até quando o Jaboatão continuará sofrendo assim?
















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